Criar histórias sempre fez parte de mim.
Lá atrás, ao ler gibis de super-heróis, eu me fechava no quarto e criava grandes sagas brincando com um Homem-Aranha ou um Batman desenhados em papel sulfite por mim. Sou um faminto devorador de histórias. Literatura e cinema são paixões minhas. Mas também amo escrever. Criar universos, enredos, problemas, mistérios. Não é à toa que gosto de fazer o ARG (Alternate Reality Game) no colégio onde leciono. Conduzir as pessoas em corredores construídos por mim é algo que sempre achei fascinante. Com certeza tem algo de egocêntrico nisso…
Vários foram os meios em que já escrevi até hoje. Livros, jornais, revistas, internet… Não é minha primeira empreitada em um blog. Mas é a primeira vez que tenho um site dedicado completamente a minha carreira como escritor. É interessante isso acontecer agora. Ao começar a criar esse primeiro post, deparei-me com a seguinte mensagem do site: “deseja que a inteligência artificial escreva o post para você?” Sorri e rapidamente cliquei em “Quero eu mesmo escrever”.
Quero eu mesmo ter um espaço em que possa compartilhar o que achei de filmes, de música, de livros… Quero eu mesmo dizer o que achei do surgimento do ChatGPT… Quero eu mesmo contar uma piada ruim (ou contar uma piada boa de maneira ruim)… Quero eu mesmo dividir meus pensamentos com as pessoas. “Viver em voz alta”, como disse Rubem Braga.
Quero eu mesmo.
Estou com 50 anos, uma marca bastante simbólica. Muita gente diz que quem escreve precisa do tempo para a sensibilidade aumentar, para a percepção ficar mais aguçada, para as experiências se transformarem em matéria-prima. Assunto polêmico. Mas confesso que atravessar essa data teve em mim realmente uma série de efeitos. E não estou falando de coisas ruins, não. Estou muito feliz com a maneira como cheguei aos cinquenta. Em vários sentidos. Neste momento estou falando especificamente do que está significando para meu agir criativo. Finalmente meu site saiu do papel. Meio que oficialmente assumi minha condição de escritor para o mundo. Sempre fui. Mas agora grito isso para muito mais gente. O novo livro? Aí ainda vão ter que esperar um pouquinho mais… Enquanto isso, aqui vão minhas ideias, meus devaneios, quem sabe alguns poemas…
Mas não se preocupem. Sempre vou clicar em “Quero eu mesmo escrever”.



